Na medida em que a humanidade aumenta, o homem busca intervir na natureza para satisfação de suas necessidades e desejos, contribuindo assim para a destruição ou alteração do meio ambiente.Portanto, devemos preservar o nosso ambiente, pois, quem ama cuida.
Quem sou eu
- lider
- Sou pedagoga, especialista em informática educativa e em gestão ambiental. São duas temáticas que amo de paixão.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
É BOM SABER: RADIAÇÃO DE TELEFONE
A Procuradoria da República e o Ministério Público Estadual em Minas entraram com ação conjunta na Justiça Federal para obrigar os principais fabricantes de celulares no País a divulgarem no painel e na embalagem dos aparelhos a Taxa de Absorção Específica (SAR, em inglês), que aponta o nível de radiação eletromagnética emitido.
Foi incluída no processo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), para que o órgão seja obrigado a cobrar a divulgação das informações.
Na ação, o procurador Fernando Almeida Martins, do MPF, e o promotor Marcos Tofani, do MPE de Minas, citam estudos para mostrar que todo celular emite radiação, mas o nível varia. Hoje, a informação é divulgada só nos manuais de instrução, o que, segundo a ação, é insuficiente.
O processo é baseado no Código de Defesa do Consumidor, que assegura o direito à informação "correta, clara, precisa e ostensiva". "Não basta apenas registrar os valores da taxa de absorção específica, porque a maioria dos consumidores nem sequer saberia do que se trata. É preciso também alertar sobre os riscos", observou Martins.
A Anatel confirma que os fabricantes não são obrigados a divulgar no painel dos aparelhos a taxa de radiação. Mas ressalta que certifica com um selo, que deve estar "bem visível abaixo da bateria", os aparelhos que se enquadram nos limites internacionais de emissão de radiação.
FONTE DE PESQUISA:
http://estadao.br.msn.com/ciencia/radia%C3%A7%C3%A3o-de-telefone-motiva-a%C3%A7%C3%A3o-em-minas
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Principais cidades do mundo podem alagar até o século XXIV
O furacão Sandy foi o maior já observado no Oceano Atlântico. A repórter Sônia Bridi explica como essa supertempestade se formou.
Para os cientistas, o furacão foi intensificado porque a água do Atlântico Norte está sofrendo um aquecimento anormal. Segundo o que o meteorologista Thomas Knutson, do governo dos Estados Unidos, disse esta semana ao jornal The New York Times, a água está três graus mais quente.
A água mais quente evapora mais e quanto maior for a evaporação, mais força terá o furacão. Por isso os cientistas acreditam que, daqui para frente, essas tempestades vão ficar mais fortes.
Além disso, a água quente ocupa mais espaço do que a água fria e isso também faz subir o nível dos oceanos- o que no caso do furacão Sandy agravou os alagamentos. O nível da água também está subindo por outra razão, o aquecimento da atmosfera está provocando o descongelamento do gelo nas calotas polares.
Antártica, o maior reservatório de água doce do planeta, está derretendo. Trilhões de litros de água escorrem para o mar, subindo o nível dos oceanos.
Já aconteceu no passado. E está acontecendo de novo.
O cientista que dirige a unidade de pesquisa do clima da Nasa alerta: não é mais uma questão de saber se os oceanos vão subir, mas em que velocidade isso vai acontecer.
Como a humanidade vai enfrentar a água, metro a metro, avançando e inundando nossas maiores cidades? Imensos diques ao longo da costa. Cidades flutuantes. Represas ligando continentes. Como seria a vida na Terra alagada?
A projeção é do pesquisador Peter Ward, da Universidade de Washington, e é polêmica.
Século XXIV. Os oceanos subiriam 35 metros. Cidades como Nova York e Rio de Janeiro estariam sob a água.
O que aconteceu com o planeta? A resposta está no Pólo Sul.
A Antártica é coberta por um manto de gelo que pode passar de cinco quilômetros de espessura. Ao contrário da calota polar no Ártico, que é água do mar congelada, lá a cobertura é de água doce, que ao derreter faz subir o nível dos oceanos. 90% do gelo da Terra está lá. Se tudo derretesse, seria o suficiente para fazer o nível do mar subir assustadores 70 metros.
“E é esse gelo que se derretesse - e nós estamos observando algum derretimento - vai para o oceano e aumenta o nível do mar”, explica Jefferson Simões, coordenador de projetos do Programa Antártico Brasileiro.
Só que o fenômeno que vivemos é em escala muito menor. “O que se sabe hoje é que menos de 1% desse gelo está derretendo no momento. Só que 1% de setenta metros são 70 centímetros. E se derreter 10% desse gelo - algo que poderia ocorrer em 500 anos - o nível do mar aumentaria em sete metros”, explica Jefferson.
Muito menos do que os 70 previstos por Peter Ward, que mudariam drasticamente o mapa dos continentes e a cara das cidades construídas pela nossa civilização.
Londres, a capital da Alemanha, Berlim, e a bela Paris.
Mas qual é a real possibilidade desse futuro acontecer? E o que a humanidade pode fazer desde já para escapar dessa catástrofe?
Ao sul de Miami, pertinho da costa, Peter Ward mostra, numa pedreira abandonada, um coral fossilizado. É a prova de que o nível do mar já esteve pelo menos três metros acima do ponto.
Há 70 mil anos, começou a era do gelo mais recente. Conforme as geleiras se expandiram, a parte de terra do planeta também aumentou porque o mar ficou mais baixo. Aí as temperaturas subiram de novo, o gelo encolheu, o mar voltou a subir e acabou se acomodando nos níveis de hoje.
Mas a temperatura do planeta está aumentando de novo, desta vez por causa dos combustíveis fósseis que queimamos para produzir energia e rodar os automóveis.
Stefan Rahmstorf, professor da Universidade de Potsdam, na Alemanha, diz que atingimos a maior concentração de gás carbônico na atmosfera em um milhão de anos. Só neste século o planeta vai ficar de 3 a 5 graus mais quente. E quando a temperatura do planeta sobe, o nível do mar sobe junto.
Miami, na Flórida, é uma cidade em perigo. Por ser muito baixa, com a água subindo apenas 30 centímetros, a cidade estaria exposta a alagamentos na maré alta. Meio metro, e muitas ruas estariam permanentemente alagadas. 90 centímetros, e a cidade seria arruinada por furacões, muito comuns na região, porque os ventos levariam a água para dentro da cidade.
Casas que hoje valem milhões, seriam reduzidas a ruínas. Em 2100, com o mar quase dois metros mais alto, Miami estaria inundada.
O mesmo aconteceria nas cidades litorâneas do Brasil. As partes mais baixas, que geralmente concentram os imóveis mais caros, a infraestrutura, o comércio e os negócios seriam incorporadas pelo mar.
40% da população brasileira vivem no litoral. Do norte, em Belém, a Florianópolis, no sul, que fica numa ilha. Passando por Salvador, a bela Recife, assentada entre os rios. A maioria das nossas grandes cidades é vulnerável ao aumento do nível dos oceanos.
Com apenas um metro a mais, a maioria dos portos do planeta teria de ser substituída. Bilhões em infraestrutura, literalmente, por água abaixo.
Com um metro e vinte, teríamos problemas de energia, já que muitas usinas, construídas ao longo da costa, ficariam inundadas. Um metro e meio, e boa parte das fontes de água doce estariam contaminadas com água salgada. A um metro e oitenta, regiões inteiras teriam de ser evacuadas - espalhando refugiados do clima pelo mundo todo.
Pesquisadores e engenheiros já trabalham em formas de proteger as cidades contra o avanço do mar. Barreiras, diques e represas que estarão entre as maiores obras já realizadas pelo homem. Os custos seriam enormes.
Nos Estados Unidos, na cidade de Nova Orleans, o batalhão de engenharia do exército constrói diques mais altos e mais fortes do que os que se romperam durante o furacão Katrina, que quase destruiu a cidade, em 2005.
Os novos diques, com a tecnologia que segura a água e permite a passagem de navios, custarão 15 bilhões de dólares. Mas não servirão para nada se o mar subir mais do que o previsto pelos cientistas da ONU.
Nem todos os países podem pagar bilhões de dólares para evitar o estrago.
Bangladesh, 150 milhões de habitantes. O país fica quase todo ao nível do mar. E se ele subir apenas um metro, metade de toda a área plantada será destruída pela água salgada. Empurrando milhões de refugiados em busca de novas terras no continente mais densamente povoado do planeta.
Segundo a previsão catastrófica do professor Ward, o grande problema será a velocidade da elevação da água.
Pistas para prever o futuro do nível do mar podem ser encontradas no passado nos rastros deixados pela última Era Glacial. Quando a temperatura do planeta aumentou, os pólos derreteram. No início, o nível do mar subiu lentamente, mas depois a velocidade cresceu até atingir 150 metros de altura. Se essa velocidade se repetisse, até o final do século, o mar estará mais de cinco metros acima do que está hoje.
Mas o painel de cientistas da ONU que trata das questões de mudanças climáticas considera esses números exagerados. Segundo eles, neste século o nível dos oceanos deve subir entre 20 e 60 centímetros. Se a pior das previsões se confirmar, não passa de um metro e vinte. Por quê?
“A grande diferença, e isso talvez para os brasileiros é mais difícil entender, é que no planeta Terra nós temos gelo frio e gelo quente”, afirma Jefferson.
Gelo que está perto de zero grau, como nas montanhas tropicais, e mesmo no mar gelado do Ártico, derrete fácil. Mas na Antártica a situação é diferente.
“O gelo do interior da Antártica está a menos 50 graus. Você não pode nem botar a mão nele que vai queimar a sua mão. E tem lugares que está menos 60 graus. Não vai ser um aquecimento de alguns graus que vai derreter esse gelo”, ressalta o especialista.
Mas se acontecer? Será possível impedir que o nível suba num mar inteiro? Como o Mediterrâneo, berço da civilização ocidental?
Por sorte, ele tem uma característica única: o Estreito de Gibraltar. Menos de 15 quilômetros de água separam a Europa da África. Um imenso dique pode isolar totalmente o Mediterrâneo do Atlântico.
Uma super-represa de 400 metros de altura. A maior estrutura jamais construída pelo homem.
Uma obra de custos estratosféricos: 550 bilhões de reais. Mas barata se comparada com os prejuízos que as inundações trariam.
Isso serviria para os países do Mediterrâneo, mas não para toda a Europa. Um dos países que sofreria com o aumento do mar é a Holanda - que já tem uma grande porção do seu território abaixo do nível do mar. A construção de diques e represas é tradição e questão de sobrevivência para este povo.
Em 1953, diques arrebentaram, o mar avançou, enormes porções de terra foram destruídas e mais de duas mil pessoas morreram afogadas.
Agora, a Holanda é uma fortaleza contra inundações. Imensas barreiras estão sempre prontas para serem fechadas no caso de uma tempestade.
Mas se o mar subir mais rápido do que atualmente, pode ser impossível construir essas estruturas a tempo.
A superrepresa de Gibraltar não poderia também salvar a cidade de Londres.
Às margens do Rio Tâmisa, a capital britânica já é protegida por comportas, que se fecham quando o nível do mar sobe. Mas se o Oceano Atlântico subisse mais de 15 metros, não haveria como isolar a cidade. E não só Londres, muito do território inglês seria simplesmente engolido pelo mar.
No pior cenário, com a Antártica toda derretendo, a Europa e a América do Norte ficariam pouco comprometidas.
E já há quem planeje como salvar Nova York. A ilha de Manhattan está entre dois rios que sofrem ação das marés. A cidade está diretamente exposta ao Atlântico Norte. E, portanto, vulnerável ao aumento do nível do mar e às tempestades, que fazem essa água subir.
A inundação da infraestrutura subterrânea seria o primeiro sinal, de uma cadeia de eventos catastróficos.
Com um metro e meio, toda a parte sul da ilha estaria inundada. Quinze metros e a água estaria em Times Square, coração da Broadway. Se todo o gelo do mundo derretesse, a cidade inteira deixaria de existir.
Uma pista da Ponte de Manhattan está pouco abaixo dos setenta metros e ficaria coberta pela água. Nesse cenário, toda a ilha de Manhattan desapareceria e sobraria muito pouco de toda a cidade de Nova York. A possibilidade de que isso aconteça neste milênio é praticamente nula. Mesmo assim já tem gente imaginando: como transformar a metrópole que inventou a cultura urbana dos arranha-céus numa cidade flutuante?
A ideia para salvar Nova York vem do povo que fundou a cidade: os holandeses. Lá já existem comunidades inteiras que vivem em casas flutuantes.
O arquiteto Koen Olthuis, conta que já é possível construir grandes estruturas, com conjuntos de apartamentos e até ruas com carros.
A beleza das cidades flutuantes, diz Koen Olthuis, é que elas não precisam de diques ou barreiras contra a natureza. Elas se adaptam à natureza. Sobem e descem com a água.
Olthuis já fez um projeto de proteção de Nova York que mistura enormes muros de contenção para proteger a cidade atual e mais alguns bairros novos que vão flutuar ao redor dela.
Para Peter Ward, não importa muito qual dos projetos vai ser usado para proteger as nossas cidades. O importante é que exista uma união de todos os países.
Nós, como moradores de um mesmo planeta, diz ele, vamos ter que trabalhar juntos. A humanidade vai precisar de toda a sua engenhosidade para viver numa terra alagada.
Acesso no dia 06/11/12 . Site: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1681973-15605,00-PRINCIPAIS+CIDADES+DO+MUNDO+PODEM+ALAGAR+ATE+O+SECULO+XXIV.html
Para os cientistas, o furacão foi intensificado porque a água do Atlântico Norte está sofrendo um aquecimento anormal. Segundo o que o meteorologista Thomas Knutson, do governo dos Estados Unidos, disse esta semana ao jornal The New York Times, a água está três graus mais quente.
A água mais quente evapora mais e quanto maior for a evaporação, mais força terá o furacão. Por isso os cientistas acreditam que, daqui para frente, essas tempestades vão ficar mais fortes.
Além disso, a água quente ocupa mais espaço do que a água fria e isso também faz subir o nível dos oceanos- o que no caso do furacão Sandy agravou os alagamentos. O nível da água também está subindo por outra razão, o aquecimento da atmosfera está provocando o descongelamento do gelo nas calotas polares.
Antártica, o maior reservatório de água doce do planeta, está derretendo. Trilhões de litros de água escorrem para o mar, subindo o nível dos oceanos.
Já aconteceu no passado. E está acontecendo de novo.
O cientista que dirige a unidade de pesquisa do clima da Nasa alerta: não é mais uma questão de saber se os oceanos vão subir, mas em que velocidade isso vai acontecer.
Como a humanidade vai enfrentar a água, metro a metro, avançando e inundando nossas maiores cidades? Imensos diques ao longo da costa. Cidades flutuantes. Represas ligando continentes. Como seria a vida na Terra alagada?
A projeção é do pesquisador Peter Ward, da Universidade de Washington, e é polêmica.
Século XXIV. Os oceanos subiriam 35 metros. Cidades como Nova York e Rio de Janeiro estariam sob a água.
O que aconteceu com o planeta? A resposta está no Pólo Sul.
A Antártica é coberta por um manto de gelo que pode passar de cinco quilômetros de espessura. Ao contrário da calota polar no Ártico, que é água do mar congelada, lá a cobertura é de água doce, que ao derreter faz subir o nível dos oceanos. 90% do gelo da Terra está lá. Se tudo derretesse, seria o suficiente para fazer o nível do mar subir assustadores 70 metros.
“E é esse gelo que se derretesse - e nós estamos observando algum derretimento - vai para o oceano e aumenta o nível do mar”, explica Jefferson Simões, coordenador de projetos do Programa Antártico Brasileiro.
Só que o fenômeno que vivemos é em escala muito menor. “O que se sabe hoje é que menos de 1% desse gelo está derretendo no momento. Só que 1% de setenta metros são 70 centímetros. E se derreter 10% desse gelo - algo que poderia ocorrer em 500 anos - o nível do mar aumentaria em sete metros”, explica Jefferson.
Muito menos do que os 70 previstos por Peter Ward, que mudariam drasticamente o mapa dos continentes e a cara das cidades construídas pela nossa civilização.
Londres, a capital da Alemanha, Berlim, e a bela Paris.
Mas qual é a real possibilidade desse futuro acontecer? E o que a humanidade pode fazer desde já para escapar dessa catástrofe?
Ao sul de Miami, pertinho da costa, Peter Ward mostra, numa pedreira abandonada, um coral fossilizado. É a prova de que o nível do mar já esteve pelo menos três metros acima do ponto.
Há 70 mil anos, começou a era do gelo mais recente. Conforme as geleiras se expandiram, a parte de terra do planeta também aumentou porque o mar ficou mais baixo. Aí as temperaturas subiram de novo, o gelo encolheu, o mar voltou a subir e acabou se acomodando nos níveis de hoje.
Mas a temperatura do planeta está aumentando de novo, desta vez por causa dos combustíveis fósseis que queimamos para produzir energia e rodar os automóveis.
Stefan Rahmstorf, professor da Universidade de Potsdam, na Alemanha, diz que atingimos a maior concentração de gás carbônico na atmosfera em um milhão de anos. Só neste século o planeta vai ficar de 3 a 5 graus mais quente. E quando a temperatura do planeta sobe, o nível do mar sobe junto.
Miami, na Flórida, é uma cidade em perigo. Por ser muito baixa, com a água subindo apenas 30 centímetros, a cidade estaria exposta a alagamentos na maré alta. Meio metro, e muitas ruas estariam permanentemente alagadas. 90 centímetros, e a cidade seria arruinada por furacões, muito comuns na região, porque os ventos levariam a água para dentro da cidade.
Casas que hoje valem milhões, seriam reduzidas a ruínas. Em 2100, com o mar quase dois metros mais alto, Miami estaria inundada.
O mesmo aconteceria nas cidades litorâneas do Brasil. As partes mais baixas, que geralmente concentram os imóveis mais caros, a infraestrutura, o comércio e os negócios seriam incorporadas pelo mar.
40% da população brasileira vivem no litoral. Do norte, em Belém, a Florianópolis, no sul, que fica numa ilha. Passando por Salvador, a bela Recife, assentada entre os rios. A maioria das nossas grandes cidades é vulnerável ao aumento do nível dos oceanos.
Com apenas um metro a mais, a maioria dos portos do planeta teria de ser substituída. Bilhões em infraestrutura, literalmente, por água abaixo.
Com um metro e vinte, teríamos problemas de energia, já que muitas usinas, construídas ao longo da costa, ficariam inundadas. Um metro e meio, e boa parte das fontes de água doce estariam contaminadas com água salgada. A um metro e oitenta, regiões inteiras teriam de ser evacuadas - espalhando refugiados do clima pelo mundo todo.
Pesquisadores e engenheiros já trabalham em formas de proteger as cidades contra o avanço do mar. Barreiras, diques e represas que estarão entre as maiores obras já realizadas pelo homem. Os custos seriam enormes.
Nos Estados Unidos, na cidade de Nova Orleans, o batalhão de engenharia do exército constrói diques mais altos e mais fortes do que os que se romperam durante o furacão Katrina, que quase destruiu a cidade, em 2005.
Os novos diques, com a tecnologia que segura a água e permite a passagem de navios, custarão 15 bilhões de dólares. Mas não servirão para nada se o mar subir mais do que o previsto pelos cientistas da ONU.
Nem todos os países podem pagar bilhões de dólares para evitar o estrago.
Bangladesh, 150 milhões de habitantes. O país fica quase todo ao nível do mar. E se ele subir apenas um metro, metade de toda a área plantada será destruída pela água salgada. Empurrando milhões de refugiados em busca de novas terras no continente mais densamente povoado do planeta.
Segundo a previsão catastrófica do professor Ward, o grande problema será a velocidade da elevação da água.
Pistas para prever o futuro do nível do mar podem ser encontradas no passado nos rastros deixados pela última Era Glacial. Quando a temperatura do planeta aumentou, os pólos derreteram. No início, o nível do mar subiu lentamente, mas depois a velocidade cresceu até atingir 150 metros de altura. Se essa velocidade se repetisse, até o final do século, o mar estará mais de cinco metros acima do que está hoje.
Mas o painel de cientistas da ONU que trata das questões de mudanças climáticas considera esses números exagerados. Segundo eles, neste século o nível dos oceanos deve subir entre 20 e 60 centímetros. Se a pior das previsões se confirmar, não passa de um metro e vinte. Por quê?
“A grande diferença, e isso talvez para os brasileiros é mais difícil entender, é que no planeta Terra nós temos gelo frio e gelo quente”, afirma Jefferson.
Gelo que está perto de zero grau, como nas montanhas tropicais, e mesmo no mar gelado do Ártico, derrete fácil. Mas na Antártica a situação é diferente.
“O gelo do interior da Antártica está a menos 50 graus. Você não pode nem botar a mão nele que vai queimar a sua mão. E tem lugares que está menos 60 graus. Não vai ser um aquecimento de alguns graus que vai derreter esse gelo”, ressalta o especialista.
Mas se acontecer? Será possível impedir que o nível suba num mar inteiro? Como o Mediterrâneo, berço da civilização ocidental?
Por sorte, ele tem uma característica única: o Estreito de Gibraltar. Menos de 15 quilômetros de água separam a Europa da África. Um imenso dique pode isolar totalmente o Mediterrâneo do Atlântico.
Uma super-represa de 400 metros de altura. A maior estrutura jamais construída pelo homem.
Uma obra de custos estratosféricos: 550 bilhões de reais. Mas barata se comparada com os prejuízos que as inundações trariam.
Isso serviria para os países do Mediterrâneo, mas não para toda a Europa. Um dos países que sofreria com o aumento do mar é a Holanda - que já tem uma grande porção do seu território abaixo do nível do mar. A construção de diques e represas é tradição e questão de sobrevivência para este povo.
Em 1953, diques arrebentaram, o mar avançou, enormes porções de terra foram destruídas e mais de duas mil pessoas morreram afogadas.
Agora, a Holanda é uma fortaleza contra inundações. Imensas barreiras estão sempre prontas para serem fechadas no caso de uma tempestade.
Mas se o mar subir mais rápido do que atualmente, pode ser impossível construir essas estruturas a tempo.
A superrepresa de Gibraltar não poderia também salvar a cidade de Londres.
Às margens do Rio Tâmisa, a capital britânica já é protegida por comportas, que se fecham quando o nível do mar sobe. Mas se o Oceano Atlântico subisse mais de 15 metros, não haveria como isolar a cidade. E não só Londres, muito do território inglês seria simplesmente engolido pelo mar.
No pior cenário, com a Antártica toda derretendo, a Europa e a América do Norte ficariam pouco comprometidas.
E já há quem planeje como salvar Nova York. A ilha de Manhattan está entre dois rios que sofrem ação das marés. A cidade está diretamente exposta ao Atlântico Norte. E, portanto, vulnerável ao aumento do nível do mar e às tempestades, que fazem essa água subir.
A inundação da infraestrutura subterrânea seria o primeiro sinal, de uma cadeia de eventos catastróficos.
Com um metro e meio, toda a parte sul da ilha estaria inundada. Quinze metros e a água estaria em Times Square, coração da Broadway. Se todo o gelo do mundo derretesse, a cidade inteira deixaria de existir.
Uma pista da Ponte de Manhattan está pouco abaixo dos setenta metros e ficaria coberta pela água. Nesse cenário, toda a ilha de Manhattan desapareceria e sobraria muito pouco de toda a cidade de Nova York. A possibilidade de que isso aconteça neste milênio é praticamente nula. Mesmo assim já tem gente imaginando: como transformar a metrópole que inventou a cultura urbana dos arranha-céus numa cidade flutuante?
A ideia para salvar Nova York vem do povo que fundou a cidade: os holandeses. Lá já existem comunidades inteiras que vivem em casas flutuantes.
O arquiteto Koen Olthuis, conta que já é possível construir grandes estruturas, com conjuntos de apartamentos e até ruas com carros.
A beleza das cidades flutuantes, diz Koen Olthuis, é que elas não precisam de diques ou barreiras contra a natureza. Elas se adaptam à natureza. Sobem e descem com a água.
Olthuis já fez um projeto de proteção de Nova York que mistura enormes muros de contenção para proteger a cidade atual e mais alguns bairros novos que vão flutuar ao redor dela.
Para Peter Ward, não importa muito qual dos projetos vai ser usado para proteger as nossas cidades. O importante é que exista uma união de todos os países.
Nós, como moradores de um mesmo planeta, diz ele, vamos ter que trabalhar juntos. A humanidade vai precisar de toda a sua engenhosidade para viver numa terra alagada.
Acesso no dia 06/11/12 . Site: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1681973-15605,00-PRINCIPAIS+CIDADES+DO+MUNDO+PODEM+ALAGAR+ATE+O+SECULO+XXIV.html
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